Sirius, também conhecida como Alpha Canis Majoris, é a estrela mais brilhante do céu vista da Terra. Localizada na constelação de Canis Majoris (Cão Maior), seu brilho intenso não é pelo fato de Sirius ser muito grande ou de ser muito quente, mas por que está muito próxima de nós — apenas 8,7 anos-luz. De fato, Sirius é quase o dobro mais brilhante do que Canopus, a estrela que ocupa o segundo lugar da lista.
Seu nome deriva do grego antigo “Seirios”, que significa “brilhante” ou “escaldante”, refletindo sua impressionante luminosidade observada da Terra.
Sirius é sistema binário composto por sua estrela primária, Sirius A, uma estrela branca da sequência principal de classificação espectral A0V, sendo o prefixo A0 indicando ser uma estrela do tipo branca, e V indicando ser uma estrela da sequência principal; e a estrela secundária, Sirius B, uma anã branca.
Sirius A
É a estrela primária e a responsável pelo intenso brilho que vemos da Terra. Tem uma temperatura superficial de 9.940 K, o que lhe confere coloração branco-azulada, e tem 1,7 raios solares.
Sirius A é uma estrela da sequência principal, o que significa que está em fase de transformação de hidrogênio em hélio. Pela sua massa, estima-se que Sirius fique nessa fase durante aproximadamente 1 bilhão de anos, dos quais já se passaram 200 a 300 milhões de anos. Ao fim de sua vida, Sirius A se expandirá em uma gigante vermelha e se transformará em uma nebulosa planetária. Por fim, resultará como sua companheira, Sirius B, em uma anã branca.
Sirius B
Em 1834, o astrônomo e matemático alemão Friedrich W. Bessel descobriu que Sirius tinha um movimento oscilatório irregular. Bessel concluiu, então, que Sirius deveria ter uma companheira invisível ao seu redor.
Não foi até 1862, usando o maior telescópio refrator do mundo na época, que sua companheira foi observada por Alvan G. Clark, estimando que essa estrela menor deveria ter uma massa comparável a do Sol, mas com uma luminosidade de 1/400 da nossa estrela. Essa estrela menor foi, então, batizada de Sirius B.
Extremamente quente, com uma temperatura superficial de 25.000 K, Sirius B faz parte da classificação das anãs brancas — um remanescente de uma estrela que passou pela fase de gigante vermelha e expeliu suas camadas externas. Esse tipo de estrela não está em fusão, é apenas o núcleo incandescente do que já foi uma estrela no passado.
Sirius B foi protagonista de duas descobertas científicas simultâneas: da comprovação da relatividade geral de Einstein, devido à observação do efeito Doppler gravitacional — a intensa gravidade de Sirius B faz a luz se desviar para o vermelho —, e da existência da matéria degenerada — a matéria de Sirius B é tão compactada e tão densa que é formado um novo estado exótico da matéria.
Como encontrar
Sirius é relativamente fácil de localizar no céu noturno. Ela brilha intensamente no hemisfério sul durante os meses de verão e outono. Para encontrá-la, basta localizar a constelação de Órion e seguir as três estrelas que formam seu cinturão (as Três Marias). A primeira estrela brilhante nessa linha será Sirius.
Tenha atenção ao traçar a linha partindo das Três Marias, pois do lado oposto você encontrará outra estrela brilhante, Aldebaran, mas de coloração alaranjada e não tão brilhante.
Sirius, junto com Betelgeuse e Procyon, formam um asterismo conhecido como o Triângulo de Inverno — apesar de ser verão no Brasil, é inverno no hemisfério norte, onde o asterismo recebeu seu nome.